sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Kilimanjaro: No semideserto


3o. dia – A subida para o Mawenzi Tarn Hut

Kilimanjaro
Visão do Kilimanjaro,
 na saída do acampamento Kikelewa
Iniciei a caminhada com um certo alvoroço para arrumar as bagagens para os carregadores e tomar café. Perdi mais tempo que o normal e fiquei com a sensação de fazer as coisas na pressa. Resultado, saí para a subida meio que sem ritmo e demorei um pouco a “entrar no clima”.

Mas, não tem como não curtir. Agora a paisagem mudou e se transformou em área semidesértica, com predominância de pedras e de um tipo de semprevivas (Everlasting Flowers), que às vezes dava impressão de um campo nevado.

A temperatura diminuiu, oscilando entre 8 e 12o com uma neblina que subia as encostas da montanha, trazendo uma sensação térmica de mais frio.



Neblina
Subida com neblina
Neblina1
Pausa para descanso
Semideserto
Em cerca de 3,5h de caminhada, vencemos os 730 metros de subida até chegar ao Acampamento Mawenzi Tarn.

Infelizmente, a área do acampamento é muito suja, com restos de comida, pontas de cigarro, etc. Um contraste decepcionante com o pico Mawenzi e seus 5149 m, uma formação rochosa belíssima. É justo que a Tanzania National Parks authority (TANAPA) cobre pelas taxas de manutenção e é correto fazer o controle sobre os visitantes, mas deixar a sujeira é sinal de descaso. Fica o alerta.

Mawenzi
Pico Mawenzi
Mawenzi2
Uma bela visão do Pico Mawenzi
Barracas
Outras expedições

A 4330 m de altitude, esse foi o ponto que escolhemos para realizar um dia a mais no programa, acampados, de modo a melhorar ainda mais nossa aclimatação e aumentar as chances de sucesso na subida final. Lógico que sai mais caro: manter toda a infra-estrutura parada mais um dia, além das taxas do parque. Contudo,a saúde e o objetivo final são mais importantes. O esforço foi recompensado.




Banho tomado !!
Neste dia, Rosana pediu a mudança no método do banho. Ao invés do pequeno fluxo de água com a bomba manual, pedimos que nos providenciassem um balde com água quente. Ótima idéia. O banho ficou mais revigorante e já nos acostumamos com a ginástica para tirar a roupa, tomar o banho e vestir a roupa limpa no exíguo espaço do banheiro. Tudo recompensado pela sensação de bem-estar.

Corvo
Presença freqüente no acampamento:
Corvos de pescoço branco
(Corvus albicollis)

À tarde, entretanto, nosso entusiasmo com o desempenho esfriou um pouco. Sentimos um pouco de dor de cabeça – o que trouxe alguma preocupação e nos alertou que o desafio de adequar o corpo é contínuo.






4o. dia – Aclimatação

Durante a noite, o frio apertou. Lá pelas 02:00, o termômetro marcava 3oC no interior da barraca !
De madrugada já ouvimos os barulhos de zíperes abrindo e fechando, panelas e movimentação de pessoas, que se preparam para seguir a caminhada. Não foi nosso caso. Acordamos sem a necessidade de empacotar os equipamentos porque nossa tarefa do dia era fazer umas caminhadas para aclimatação, sem pressa.

Tomamos um bom café e às 09:00 saímos para os arredores. Aproveitamos o dia com céu limpo para tirar várias fotos dos arredores e da face norte do Kilimanjaro.

Nuvens Nuvens2
Nuvens3 FaceNorte2

Ao todo, foram 4 horas de caminhadas ao redor do acampamento, com um desnível de uns 150m e no final do dia estávamos nos sentindo bem, preparados para os próximos e cansativos trechos até o topo da África.

Aclimatao
Olha só onde está a barraca
Aclimatao3
Caminhando na redondezas
Outros posts da série:

- Kilimanjaro: retorno pela Rota Marangu
- Nas Neves do Kilimanjaro
Kilimanjaro: Objetivo à vista
Kilimanjaro: O início da caminhada
Kilimanjaro: Muitos quilômetros até começar a caminhada
Kilimanjaro: Planejamento e preparação

10 comentários:

  1. Essa viagem foi uma aventura e um desafio ao mesmo tempo. Parabéns pelos post, com certeza você está ajudando a muitas pessoas que têm o sonho de subir o Kilimanjaro.

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    1. Obrigado Ludmy!.
      O componente altitude foi um grande desafio que trouxe aprendizado e aquela boa sensação de vencer. Espero "contaminar" outros viajantes com a idéia de subir o Kilimanjaro. É uma aventura bela e possível.
      Grande abraço

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  2. Para quem saiu de Natal/ RN a 32 graus no nível do mar, esta viagem foi um desafio e tanto e nos preocupamos muito se a roupa de frio que levamos seria suficiente. No 1º dia a camisa manga longa Dry fit atendeu bem. No 2º dia já usava um fleece fino, em cima de uma camiseta. A partir do 3º dia eu utilizei o casaco de fleece mais grosso o dia inteiro, e no final da tarde, já era bastante frio para usar o de pluma de ganso fora da barraca. Para aguentar o frio da noite, a calça e camisa 1ª pele , acrescentado da calça e camisa de fleece fino dentro da saco de dormir foi a solução encontrada. Pena que Jodrian não postou a nossa foto quando acabamos de tomar banho no Mawenzi, com cabelo lavado com shampoo, fazendo inveja a todos os demais que ficaram toda a subida sem tomar banho!!!!

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  3. Meninos, essa viagem para mim é para assistir de camarote! Está na minha lista : viagens que eu gostaria de ter feito, mas agora "não tenho mais peito". :)
    Mas adoro ver e acompanhar a viagem de quem como vocês, venceram e chegaram lá! Parabéns!

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    1. Obrigado Celina!,
      É uma aventura possível sim! Planejando e preparando-se com cuidado, a maioria consegue. O próximo post será o relato da chegada ao topo.

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  4. Será que um dia vou fazer isso!!! Estou tão empolgada com sua viagem, gostei do estilo que fizeram... mais ou menos como eu gostaria de fazer. AMANDO!

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  5. Ei Jodrian,

    Este dia já parece ser mais tenso: altitude, neblina e frio.
    Parabéns pela coragem e disposição para esta aventura!

    Abraços,
    Lillian.

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    Respostas
    1. Lillian,
      Quanto mais alto, maior o desafio :)
      Obrigado pelos comentários e pela visita ao blog
      Abraços

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